22 novembro, 2006

Felicidade é...


Felicidade é adormecer com um sorriso, passar a noite a ter um sonho maravilhoso e acordar de manhã para descobrir que esse sonho se tornou realidade...

15 novembro, 2006

Chuva...

Muito apropriado para o dia de hoje... por mais do que um motivo...

Cai chuva do céu cinzento
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.

Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.

Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente
Dentro do meu coração.

Fernando Pessoa, 15-11-1930

O que é o amor? - Parte 2

Enviaram-me este soneto como resposta ao post anterior... Não resisti a partilhá-lo aqui pela sua beleza e simplicidade... Obrigado a quem o enviou... ;)

Saberás que não te amo e que te amo
pois que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem sua metade de frio.

Amo-te para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.

Amo-te e não te amo como se tivesse
nas minhas mãos a chave da felicidade
e um incerto destino infeliz.

O meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.

Pablo Neruda

02 novembro, 2006

O que é o amor?

Numa sala de aula havia várias crianças. Quando uma delas perguntou à professora:-

Professora, o que é o amor?

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e que trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.

As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse:- Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.

A primeira criança disse:- Eu trouxe esta flor, não é linda?

A segunda criança falou:- Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção.

A terceira criança completou:- Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha?

E assim as crianças foram se colocando.Terminada a exposição a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo. Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.
A professora se dirigiu a ela e perguntou:- Meu bem, porque você nada trouxe?

E a criança, timidamente, respondeu:- Desculpe, professora. Vi a flor e senti o seu perfume, pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo. Vi também a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas ao subir na árvore notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto, professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe?

A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera que só podemos trazer o amor no coração.

Esta história foi extraída do livro"Histórias para Sua Criança Interior",de Eliane de Araujoh,publicado pela Editora Roka